A Polícia Federal, em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), realizou uma operação de fiscalização na Terra Indígena Kayapó, localizada no município de Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará.
A ação teve como objetivo coibir a prática do garimpo ilegal na região, considerada uma das mais sensíveis em relação à preservação ambiental e à proteção de comunidades indígenas.Durante a operação, foram apreendidos um fuzil, cerca de 200 munições de diversos calibres, quatro quilos de mercúrio — substância altamente tóxica utilizada no processo de separação do ouro —, além de equipamentos e maquinários empregados na atividade garimpeira.
As equipes também inutilizaram aproximadamente dois mil litros de combustível, que seriam utilizados para alimentar os motores das dragas e outros equipamentos clandestinos.A presença do garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó tem causado impactos ambientais severos.
Um dos principais alvos da degradação é o rio Fresco, importante afluente do rio Xingu, que vem sofrendo com a poluição decorrente do uso de mercúrio e do desmatamento nas margens. O risco à saúde das populações indígenas e à biodiversidade local é uma das maiores preocupações das autoridades ambientais. De acordo com a Polícia Federal, a operação reforça o compromisso do Estado brasileiro com a defesa dos direitos dos povos indígenas e com a conservação do meio ambiente.
A atuação conjunta com a Funai tem sido fundamental para identificar e combater atividades ilegais que colocam em risco a integridade das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos originários.
A operação faz parte de um esforço contínuo de monitoramento e repressão ao garimpo ilegal na Amazônia, atividade que tem crescido nos últimos anos, impulsionada pelo alto preço do ouro e pela fragilidade da fiscalização em áreas remotas.
